Uma empresa familiar é aquela empresa administrada e formada por uma ou mais famílias. Apesar de a proximidade ser um ponto positivo em equipes empresariais devido à confiabilidade entre os membros, em algumas empresas familiares essa proximidade pode se tornar um problema e, assim, haver conflitos relacionados à disputa, seja de poder ou de dinheiro.

Nesse período de pandemia, a convivência entre os profissionais de empresas familiares pode ter ficado um pouco mais delicada, uma vez que eles passaram a partilhar mais tempo juntos. Anteriormente, por mais que os parentes se encontrassem durante a jornada de trabalho e em reuniões familiares, ainda existia o momento em que as atividades individuais eram preservadas (almoço com os amigos, por exemplo).

Apesar dessa atual mudança na rotina e dos conflitos prévios, existem regras empresariais que devem ser mantidas independentemente de qualquer motivo particular, para que os objetivos coletivos sejam alcançados e a empresa não passe por dificuldades futuras ou até mesmo que venha a falir por conta de desvio de interesses.

A seguir serão detalhadas cinco dicas para resolver os conflitos nas empresas familiares: o alinhamento de interesses, a definição dos papéis e das responsabilidades, a comunicação eficaz entre as partes envolvidas, a realização de um acordo familiar e o planejamento da sucessão na empresa.

Alinhamento de interesses

Em um primeiro momento, a inclusão de filhos e sobrinhos, por exemplo, ao ambiente empresarial, pode proporcionar uma desestabilização no local devido às diferenças naturais que existem entre as gerações – as expectativas de trabalho, a forma de lidar com cada circunstância e as experiências de trabalho e de vida.

Para equalizar essas diferenças e tornar o período de adaptação mais ameno, é importante que as partes envolvidas trabalhem, desde o início, o alinhamento de interesses.

Dessa forma, o núcleo familiar/empresarial terá uma visão de futuro com mais consistência a respeito das normas empresariais adotadas e com relações sadias de trabalho, com menores ou até nenhum ruído de informação.

Definição dos papéis e das responsabilidades

Ao receber um novo membro na equipe, todo o grupo da empresa passará por adequações e assim também será quanto ao organograma empresarial. Deve ficar claro para toda a equipe qual será o cargo, as responsabilidades e o limite de atuação do novo profissional.

Essas definições transparentes colaborarão para a preservação:

• das relações familiares (de forma que as relações de trabalho e família não se misturem);

• das relações entre os sócios;

• das relações com profissionais atuais e futuros (de forma que a postura profissional com os colaboradores internos e externos esteja de acordo com a missão e visão da empresa).

O norte de todo cargo deve ser priorizar os objetivos coletivos, ou seja, refletir sobre determinado problema, definir uma ação e agir de forma que as consequências sejam as mais positivas para a família, o negócio e a sociedade.

Comunicação eficaz entre as partes envolvidas

É comum os donos de empresas desejarem que os filhos sejam os seus sucessores, porém nem sempre os filhos desejam seguir a mesma trajetória profissional da família. Alguns pais podem ouvir essa discordância de interesses e compreender as necessidades de realizações profissionais divergentes.

Em contrapartida, outros pais podem receber essa notícia com uma frustração diante da expectativa que depositavam em seus sucessores. Pode haver uma esperança, sem sucesso, de que com o passar do tempo os filhos correspondam às expectativas criadas.

A comunicação precisa estar presente antes mesmo do novo profissional integrar a equipe, ainda durante o “processo de seleção” para o cargo, porque uma falha na comunicação, entre as atribuições necessárias para o desempenho do cargo e o perfil selecionado, ocasionará inúmeros problemas na execução das tarefas e, inclusive, nas relações entre os colaboradores.

Sendo assim, vale ressaltar a importância de ter uma escuta ativa para realizar uma conversa racional sobre a condução dessas diferenças de objetivos profissionais, apesar das expectativas que foram alimentadas, e de envolver o legado da família.

Realização de um acordo familiar

Por meio de um acordo familiar são estabelecidas as regras a respeito da família, dos sócios e da empresa. Os itens que farão parte desse acordo ficarão a critério da família e todas as assinaturas serão recolhidas para demonstrar concordância.

Alguns dos pontos que poderão ser abordados para a realização do acordo familiar são: definição sobre quais membros da família irão compor o quadro de funcionários da empresa, descrever a atribuição de responsabilidades, descrever o nível de autonomia, identificar como será a utilização dos bens, esquematizar a remuneração ou pensão, nos casos de doença e falecimento respectivamente e criar um processo de sucessão.

Outros aspectos além desses podem ser acrescidos ao acordo familiar, conforme a necessidade de cada família. Essas decisões previamente discutidas evitarão alguns futuros conflitos.

Planejamento da sucessão na empresa

A sucessão em uma empresa familiar deve ser cuidadosamente planejada. O fundador da empresa deve estar presente nessa reunião assim como os demais envolvidos no processo.

Outro ponto que não pode ser esquecido durante a reunião é a construção de um clima propício ao diálogo para que os conflitos sejam solucionados de maneira respeitosa, tanto os conflitos preexistentes quanto os que podem surgir no decorrer da reunião.

Os herdeiros dos cargos, por sua vez, devem ser instruídos de forma que compreendam que estão herdando uma parcela da empresa e não o empreendimento na sua totalidade. Além disso, precisam compreender a necessidade de lidar com um grupo de pessoas que não escolheu para compor aquela equipe. Portanto, é uma circunstância que exige maturidade para poder separar a imagem familiar (que nem sempre é de afeto) da imagem profissional.

Sendo assim, seguem adiante alguns aspectos que podem afetar a sucessão:

• Quem será o novo responsável pela empresa?

• Em caso de falecimento ou divórcio, o que acontecerá?

• Como será a fase de transição?

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Fontes:

https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/artigoshome/como-resolver-conflitos-em-empresas-familiares,48e7b08847c9a510VgnVCM1000004c00210aRCRD
https://exame.com/pme/como-evitar-conflito-com-os-filhos-numa-empresa-familiar/
https://extra.globo.com/noticias/rio/coronavirus-10-dicas-para-resolver-os-conflitos-da-hiperconvivencia-em-familia-24380723.html
https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/bis/o-futuro-de-seu-negocio-empresas-familiares,0e78000e96127410VgnVCM1000003b74010aRCRD
https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/e-importante-planejar-a-sucessao-na-empresa-familiar,d5e89e665b182410VgnVCM100000b272010aRCRD