Se você já se sentiu como uma fraude, como se todas as conquistas, tudo que você conseguiu alcançar na sua vida não fosse por merecimento, mas meramente questão de sorte, de acaso, e que um dia sua farsa seria revelada e todos vão saber o fracasso que você é, se já pensou isso, pode sofrer da síndrome do impostor.

O que é a síndrome do impostor?

A síndrome do impostor não é um diagnóstico oficial, ou seja, não existe na classificação oficial dos diagnósticos psiquiátricos nas doenças da mente.

Ela é um sintoma que as pessoas sentem, e pode estar presente em vários quadros mentais como: ansiedade, depressão, déficit de atenção e hiperatividade.

Em uma forma muito simples, pode-se dizer que a síndrome do impostor é na verdade uma ilusão de inferioridade, pois a pessoa que sente isso tem o sentimento de que ela é menos qualificada do que os colegas, e por mais que ela tenha conquistado coisas e que esteja numa posição de destaque, pensa que não possui qualificações nem habilidades que justifiquem o sucesso. Dessa forma, acredita que na verdade esse sucesso é uma farsa, e que ela está enganando os outros, pois começa a pensar que na realidade os outros têm mais habilidades. Assim, a pessoa que sofre dessa síndrome acha que pode ser desmascarada a qualquer momento, e que as pessoas vão ver que no fundo ela é incompetente.

Principais grupos de risco

Esse sintoma que acomete algumas pessoas hoje em dia, foi descrito primeiramente pelas psicólogas Pauline Clance e Suzanne Imes no final da década de 70.

No entanto, os especialistas afirmam que até 70% das pessoas em algum momento da sua trajetória profissional poderá se sentir assim, principalmente em algumas carreiras específicas, como por exemplo, as pessoas que querem fazer carreira acadêmica como mestrado, doutorado e docência no ensino superior.

Existe uma verdadeira competição, que gera esse clima nas pessoas, essa sensação de não saber tanto quanto o seu orientador, ou professor e até mesmo os demais colegas. Além disso, existem outras profissões muito competitivas, entre elas, atletas e investidores do mercado financeiro. Essas profissões exigem muito da performance do indivíduo.

Causas da síndrome do impostor

A ideia é que a síndrome do impostor pode estar atrelada a outros sintomas de vários quadros psiquiátricos. Nesse sentido, pode ser que esses quadros sejam gatilhos para causar a síndrome do impostor. Além disso, é importante destacar que a depressão promove a diminuição do sentimento de capacidade, e isso é um fenômeno comum nessa situação.

Mas também existem causas psicológicas para isso. Em geral, as pessoas que sofrem dessa síndrome, do ponto de vista psicológico, cometem um erro de pensamento e suas qualificações se tornam ilegítimas, ou seja,  o cérebro processa as coisas do mundo de forma absolutamente imperfeita.

Isso significa que ocorre uma autossabotagem do próprio cérebro, e com isso, a pessoa acaba não olhando as partes positivas da vida, mas ressaltando os aspectos negativos do mundo. Sua própria personalidade pode sofrer uma ruptura, que normalmente está associado com crenças e convicções centrais negativas de não merecimento.

As principais consequências

A principal consequência é de querer conquistar atenção extrema e se julgar internamente de forma negativa. Esse esforço constante, poderá ocasionar momentos de exaustão inexplicável, apatia e desinteresse absoluto, acompanhado pela necessidade de procrastinar.

Além disso, o indivíduo que sofre dessa síndrome, poderá evitar aproximação e contato com outras pessoas, até de forma inconsciente, protegendo-se de possíveis julgamentos, avaliações ou reprovações dos demais.

Esse comportamento poderá comprometer a carreira profissional do indivíduo, a médio e longo prazo, pois o mesmo poderá ter dificuldades em cumprir prazo, executar tarefas e até mesmo, evitar alguns desafios profissionais pelo medo do julgamento e de um possível fracasso.

Como superar a síndrome do impostor?

Então surge a pergunta: Como podemos melhorar isso? Na realidade, como é  um processo  construído internamente dentro de uma crença, faz-se necessário buscar um tempo para redefinir esses pensamentos. Os especialistas sugerem conversar sobre esse medo com alguém fora do meio profissional, que não fará julgamentos e o indivíduo se sentirá menos angustiado em revelar seus medos.

A ajuda profissional ou até mesmo uma pessoa de confiança, contribuirá para reconstruir esse sistema de crenças e a lidar com esse tipo de pensamento.

Reconhecer os sintomas e buscar ajuda, são algumas dicas essenciais para superar a síndrome do impostor e garantir a sua saúde mental.