Sobre o livro: Uma leitura inspiradora para questionar métodos tradicionais de gestão e totalmente atual para quem ainda não despertou para a transformação. O livro é um best-seller de negócios, e está na 5ª edição.

Sobre o autor: Maurício Benvenutti é escritor, empreendedor, mentor, palestrante e Cidadão Emérito pelo seu município, foi sócio da XP Investimentos e hoje é sócio do StartSe. Vivendo no Vale do Silício, se tornou referência brasileira em inovação, sendo reconhecido no Congresso Nacional como Personalidade Brasileira de 2017.


Nesta leitura obrigatória, Maurício relata como novos modelos de negócios vêm contagiando toda uma geração e salienta que as grandes inovações não parecem fazer muito sentido no início, mas quando a novidade ganha força, amplitude e todos ficam sabendo, ela invade e domina. Diante disso, destaco alguns dos principais pontos apresentados no livro.

Uber foi só a ponta do iceberg!

O autor inicia afirmando que a Uber foi só a ponta do iceberg das profundas transformações que estão por vir e que a inteligência artificial ultrapassará a inteligência humana se incorporando em quase tudo, de casas a hospitais. A robótica estará unida digital e fisicamente às pessoas.

Já no mercado financeiro, por exemplo, o empréstimo de pessoa para pessoa tornou-se realidade. Na China, onde esse novo modelo já é bem regulamentado, instituições financeiras focadas em concessão de crédito estão fechando. Não é mais preciso usá-las para obter dinheiro emprestado. A tecnologia substitui o serviço dessas organizações por sistemas mais enxutos, rápidos e baratos.

E sobre a educação, tema tão discorrido nos dias de hoje em circunstância da pandemia, Maurício já questionava: “Com todas essas transformações, você realmente acha que ela continuará igual? Dependente de estruturas pesadas, instalações enormes e aulas presenciais?”

Enfim, toda forma de intermediação está sendo testada. Profissões não-tecnológicas estão sendo substituídas pela tecnologia, afetando trabalhadores que não têm habilidade suficiente para competir ou se recolocar no mercado. Proliferam, também, aplicativos contábeis, jurídicos e que geram diagnósticos médicos on-line, entre tantos outros, pressionando os profissionais liberais.

Sobre a inovação, o autor define que ela não é linear e constante ao longo do tempo. Ela acontece em ciclos e há uma tendência de esses ciclos serem cada vez menores.

Vale do Silício como epicentro da mudança.

Como a maioria das recentes transformações surgiu naquela região, as corporações se instalam nesse ambiente para identificar com antecedência o início de um novo ciclo. Assim, elas podem ajustar seus negócios às novas tendências e continuar competitivas por muito mais tempo.

Há no Vale do Silício uma cultura extremamente colaborativa, ousada e empreendedora que dá o suporte para o desenvolvimento das start-ups. Primeiro, as pessoas são encorajadas a compartilhar o que estão fazendo. O ecossistema é aberto, sabe ouvir e dar feedbacks rápidos. Segundo, assumir riscos faz parte da cartilha de sobrevivência. O Vale não é lugar de sombra e água fresca. E, terceiro, sabe-se que para empreender, muitas vezes é preciso errar. Por isso, fracassos são aceitos. Quando uma pessoa falha, isso apenas significa que ela saltou de uma ideia para a próxima. Ninguém é julgado por isso.

Empreendedores de “garagem” vão engolir corporações.

Ideias disruptivas não estão no coração das grandes corporações. A burocracia nas grandes organizações é um câncer, afirma ainda. Um atraso que limita sua competitividade, pois estão mais focadas em otimizar do que em criar algo sem precedentes.

É muito difícil para as grandes corporações criarem soluções altamente revolucionárias, que quebram paradigmas e mudam hábitos. Isso, porém, não significa que elas não possam ser inovadoras. Na verdade, para qualquer empresa sobreviver, é preciso aprimorar seus produtos e serviços continuamente, mas é fato que inovação disruptiva exige mudar o modelo de negócios.

O movimento não tem volta…

Rebelião, conhecimento e capital formam o tripé avassalador que está transformando o nosso mundo. Somada a isso, há também a inclusão.

Quando há somente rebelião, desacompanhada de capital e conhecimento, criam-se as economias de subsistência. Nelas, a vontade dos visionários costuma ser expressa de outras formas, como movimentos políticos, ativismo social e criação artística.

Quando, porém, rebelião, conhecimento e capital se juntam, forma-se uma economia empreendedora. Um ambiente altamente dinâmico que faz as pessoas melhorarem a cada dia. Não é à toa que as start-ups nasceram no Vale do Silício. Uma região onde há abundância de capital de risco, bem como know-how privilegiado graças à presença de respeitadas universidades e centros de inovação e tecnologia, além de uma mentalidade de rebelião exercida há décadas, que busca romper padrões e pensar diferente.

Deixe-se inspirar pelo empreendedorismo do Vale do Silício.

A mentalidade local é fortemente orientada a risco, ousadia e audácia. Não se fala em estabilidade. Muito menos em vaidade e requinte. Se você quer montar qualquer coisa na vida, não tem de complicar. Esse é um ensinamento básico do Vale do Silício. Não complique, faça o simples! Simples de falar, simples de desenhar, simples de mostrar. O simples convence! Algo simples fascina, seduz e cativa qualquer um.

Um verdadeiro guia para gerenciar de forma simples e ambiciosa qualquer tipo de projeto são as Regras da Garagem da HP:

  • Acredite que você pode mudar o mundo.
  • Trabalhe rápido, mantenha as ferramentas à mão, trabalhe sempre.
  • Saiba quando trabalhar sozinho e quando trabalhar em grupo.
  • Compartilhe ferramentas e ideias, confie em seus colegas.
  • Sem política, sem burocracia. Isso é ridículo em uma garagem.
  • O cliente define um trabalho bem feito.
  • Ideias radicais não são ideias ruins.
  • Invente diferentes formas de trabalhar.
  • Faça uma contribuição por dia. Se ela não agregar valor, ela não sai da garagem.
  • Acredite que juntos podemos fazer qualquer coisa.
  • Invente.

Como escolher uma ideia.

Para começar um negócio, é preciso escolher uma ideia. Se você tem várias ideias e todas parecem muitas boas, escolha aquela que você pensa mais vezes enquanto tenta não pensar em trabalho.

Agora, é a execução que transforma uma ideia em algo capaz de gerar valor, demanda e interesse. Uma boa execução é dez vezes mais importante e cem vezes mais difícil que uma boa ideia. A sua intenção pode ser ótima, mas não fará você ganhar dinheiro. Foque as habilidades e competências necessárias para validar essa intenção e fazê-la chegar o mais rápido possível aos seus clientes.

Assim, não faça da ideia o seu maior trunfo! Dentro da sua cabeça ela não tem valor. O mundo tem mais de sete bilhões de pessoas e provavelmente alguém está pensando na mesma ideia que você. Escolha uma ideia, valide-a e execute-a!

Time e cultura fazem você vencer.

Ninguém sabe tudo de tudo. Os problemas ocorrem, porém, quando pessoas ou empresas não são capazes de reconhecer as próprias limitações e necessidades. Isso sim é grave e pode matar as mais incríveis, brilhantes e sensacionais ideias. Você deve estar preparado para vender o seu negócio a qualquer hora, momento ou lugar. Se você consegue falar o que faz em meio minuto, possivelmente as pessoas entenderão o seu propósito.

Conhecimento e paixão importam. Seja apaixonado pela sua causa. Empreender é uma das tarefas mais desgastantes do mundo. Existem várias formas de se ganhar dinheiro e você deve pensar muito bem antes de sair fazendo alguma coisa.

Não crie algo apenas para ser o seu próprio chefe. Crie um novo mundo para viver. Faça seu esforço valer a pena. Trabalhe por uma causa que realmente ame. Dez entre dez leituras sobre empreendedorismo falam disso, mas você só conseguirá levar as pessoas para níveis extremos de foco e produtividade se for apaixonado pelo que faz. Sem amor e brilho nos olhos, é muito provável que você desista em algum momento ao longo do caminho. Portanto, acredite que é possível.

“Nosso planeta será muito diferente em pouco tempo. O que funcionou nos últimos cinquenta anos não funcionará nos próximos dez. No entanto, muita gente não enxerga isso ou finge que não vê!”.


Esta dica de leitura foi escrita por Edson Fernando Graiczyk, consultor da Otimiza.