Sobre o Livro
A narrativa do livro Arriscando a própria pele, Skin in the Game, prende a atenção, do início ao fim, seja pela riqueza de detalhes nas narrativas históricas, pelo vocabulário rebuscado, por vezes de difícil compreensão, e pela criticidade acentuada a alguns profissionais, particularmente, acadêmicos e administradores, que nunca arriscam a própria pele, e de governantes que não assumem os riscos e consequências de suas decisões. “Aqueles que não se expõem a riscos nunca deveriam se envolver na tomada de decisões”.

Sobre o autor
Nassim Nicholas Taleb é considerado um dos maiores especialistas em probabilidade e incerteza. Foi trader na bolsa de Chicago e lecionou na Universidade de NovaYork. Seus livros, entre eles os best-sellers A Lógica do Cisne Negro e Antifrágil já foram publicados em mais de 35 idiomas. Nascido em 1960 (Amioun, Líbano), autor, ensaísta, estatístico e analista de riscos libano-americano, matemático de formação.


Nesta edição, Taleb enfatiza o conhecimento dos antigos e sua aplicação na atualidade. Este conhecimento não pode perder a ligação com a terra, pés no chão, com a realidade. O contato com o mundo real é feito arriscando a própria pele, assumindo as consequências de seus atos, fundamental para a própria sobrevivência dos seres humanos. A recompensa e o risco devem ser simétricos, tanto para quem investe quanto para quem recomenda.

Conforme o autor, não há evolução sem que se arrisque a própria pele, somente a realidade tem o poder de convencer que uma pessoa está errada, tanto no cunho pessoal quanto profissional. “Evite a todo custo aqueles que o procuram para vender determinado produto disfarçado como conselho”, principalmente quando tiver benefícios apenas para o conselheiro. “Se você não corre riscos por sua opinião, você não é nada”.

Projetos desenvolvidos por quem não arrisca a própria pele tende à complexidade e burocratização, antes de colapsar, sem incentivo à implementação de soluções simples e efetivas. Arriscar a própria pele ajuda na resolução do problema do Cisne Negro e eventos de incerteza, ao nível individual e coletivo: o que sobreviveu revela robustez aos eventos do Cisne Negro e excluir o risco interrompe os mecanismos de seleção.

Os empresários são heróis em nossa sociedade nos tempos atuais, pois as corporações tem alta taxa de mortalidade devido ao seu tempo predeterminado, pela busca incessante de lucros, pela venda ou abertura de seu capital. Segundo o autor, os que estão na linha de frente, tais como os senhores na antiga Roma, deveriam se ressentir dos indivíduos que estão no topo sem arriscar a pele, como os banqueiros. Sem arriscar a própria pele não se obtém a inteligência do tempo. O tempo elimina o frágil, mantém o robusto e a expectativa de vida do não frágil resiste.

A sociedade não evolui por consenso. O autor menciona a renormalização: basta uma minoria intransigente arriscar de maneira incisiva a própria pele para que uma população inteira tenha que se submeter a suas preferências. Na sociedade, requer apenas 3% para impor suas preferências à maioria. O autor defende que línguas, ética e algumas religiões se disseminaram pelo domínio das minorias.

Toda organização quer um certo número de pessoas a ela associadas privadas de parte de sua liberdade. A vida moderna cria dependência e escravidão: todos tem algo a perder ou medo de retaliação aos entes queridos, muito mais grave que afetar a própria reputação. O profissional que não parece ter a aparência adequada, desde que tenha uma carreira de sucesso, precisou arriscar a pele, pois o contato com a realidade filtra e exclui a incompetência, pois a realidade é cega às aparências.

A racionalidade reside naquilo que a pessoa faz, não naquilo que ela pensa ou acredita (arriscando a própria pele). Racional é o que permite a sobrevivência, ou seja, qualquer evento que atrapalhe a sobrevivência a nível individual, coletivo ou geral é irracional. Em termos de negócio, racional não é superestimar o risco, mas sim subestimar um risco que pode te eliminar do jogo. Não é possível transferir nem ignorar os riscos, só são reais quando as pessoas os assumem. Cuidado com os riscos associados à ruína, ou seja, irreversíveis.

“Quando a barba (ou o cabelo) estiver preta, preste atenção ao raciocínio, mas ignore a conclusão. Quando a barba estiver cinza, considere o raciocínio e a conclusão. Quando a barba estiver branca, pule o raciocínio, mas dê importância à conclusão”.

 

Breve relato do autor sobre o livro Skin in the game:

https://www.youtube.com/watch?v=0Uc4DI-BF28

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