Sobre desenvolver a capacidade em BPM. Por Edson Fernando Graiczyk.

Participando de alguns projetos de transformação de processos tenho observado um ponto central no que se refere a dificuldade em que as organizações têm enfrentado para desenvolver uma capacidade de Gerenciamento de Processos de Negócio (BPM – Business Process Management). Neste sentido, tomarei por base uma definição do Guia para o Gerenciamento de Processos de Negócio Corpo Comum de Conhecimento, o BPM CBOK, quando menciona que a capacidade básica interna das organizações para gerenciar processos de negócio está em métodos otimizados, pessoas preparadas e tecnologias apropriadas para tal.

Essa integração precisa estar equilibrada e alinhada com o planejamento estratégico para atingir bons resultados, tomando como premissa que as estratégias do negócio já estão bem definidas e o foco está claro para toda a organização. Neste tripé básico e, ao mesmo tempo, fundamental, peca-se por desconhecimento ou desvalorização deste contexto.

Quanta metodologia já foi produzida, disponibilizada e referenciada mundo afora? Estamos sempre buscando uma metodologia nova, mas um modelo pronto, com abordagem que se “encaixe” na nossa cultura, no nosso cenário, em nosso clima organizacional. O que há de novo? O que os melhores estão praticando?

Quanta tecnologia desenvolvida, hardware e software, tudo ao nosso alcance? Então, vamos investir na melhor tecnologia, no que há de melhor no mercado, vamos contratar o mais conceituado, e com todo o pacote disponível, mesmo não havendo necessidade, mesmo não aplicando agora e amanhã ficando obsoleto. Ou ainda não devemos adquirir? Vamos esperar o vizinho testar primeiro e aguardar o custo benefício apropriado, e também, depois aprimoramos com os erros da concorrência.

Embora seja grande a abundância em métodos e tecnologias, e ainda, ingressamos em uma época onde o volume de dados é exponencial, parece que o uso do conhecimento, ou seja, a sabedoria, mediante tanta informação ficou em segundo plano, ficou escassa. Continuamos queixando-se da má comunicação, da falta de engajamento das pessoas, da péssima qualificação da educação em todos os níveis, de ferramentas inadequadas, de técnicas inapropriadas, de poucos recursos para adquirir a melhor tecnologia que resolverá todos os nossos problemas. Queremos a fórmula mágica! E o tempo, é o nosso problema, ou o problema é a falha na priorização?

Acredito que nesse tripé, que caracteriza a capacidade básica interna de BPM e que possa aumentar a maturidade do negócio de uma organização, o “pé” que está fragilizado é as pessoas preparadas. Para equilibrar esse conjunto de apoiadores de BPM e habilitar os processos de negócio, as organizações precisam olhar para o seu ativo mais precioso, as pessoas, e prepará-las, capacitá-las. Desenvolver e entusiasmar líderes não somente para o presente, mas para o futuro, para que as pessoas estejam aptas a lidar e liderar com a diversidade exponencial, agir com sabedoria, fazer acontecer as coisas certas.
Vamos desenvolver a nossa capacidade em BPM?

 

Este artigo foi escrito pelo consultor Edson Fernando Graiczyk.

 

Referências Bibliográficas:

BPM CBPK GUIA PARA O GERENCIAMENTO DE PROCESSOS DE NEGÓCIO CORPO COMUM DE CONHECIMENTO / ABPMP. VERSÃO 3.0 – 1ª EDIÇÃO. BRASIL: ABPMP BRASIL. 2013.