A Quarta Revolução Industrial está acontecendo. Na primeira foi o motor a vapor, depois vieram a eletricidade e a produção em massa, e na terceira revolução foram os microprocessadores e a computação. Agora é a vez da Internet das Coisas, da impressão 3D, da engenharia genética, da inteligência artificial, dos veículos autônomos, da robótica e das máquinas que aprendem. Juntas estas tecnologias prometem mudar nossas vidas.

Segundo Klaus Schwab, fundador do Fórum Econômico Mundial, o que caracteriza essa nova revolução é justamente a fusão dessas tecnologias, e nesse contexto a quarta revolução difere das anteriores em pelo menos 3 aspectos:

  1. Velocidade – ao contrário das revoluções anteriores esta evolui em um ritmo exponencial e não linear.
  2. Amplitude e profundidade – tem a revolução digital como sua base e combina várias tecnologias modificando “o que” e o “como” fazemos as coisas, além de “quem” somos.
  3. Impacto sistêmico – envolve a transformação de sistemas inteiros: entre países, empresas, segmentos de negócio e toda a sociedade.

Trazendo para a realidade de nossas indústrias, esta revolução está apenas começando, pois segundo a CNI (Confederação Nacional das Indústrias), no último ano, o uso de tecnologias digitais é uma realidade para somente 58% das industrias nacionais, o que traz preocupação, já que a competitividade de nossas indústrias depende da eficiência trazida pela adoção dessas novas tecnologias.

Ainda segundo dados da CNI, os benefícios esperados pelas empresas na adoção das tecnologias digitais está relacionado a redução de custos operacionais, aumento de produtividade, melhoria da qualidade dos produtos e serviços e otimização dos processos de automação. Já as principais barreiras estão relacionadas ao alto custo de implantação e a falta de clareza na definição do retorno sobre o investimento.

Diante desses desafios, desenvolver as pessoas para aplicar essas tecnologias emergentes passa a ser um imperativo. Prepará-las para trabalhar lado a lado com tecnologias complexas ou robôs exige novas competências, como visão técnica, multidisciplinariedade, colaboração e senso crítico. Exemplos dessas novas profissões no mercado de trabalho são o cientista de dados e o coordenador de robótica.

As fábricas inteligentes necessitam iniciar gradativamente a preparação das pessoas para que elas assumam os múltiplos papéis neste novo cenário. Negar essa necessidade ou fugir desse caminho não irá proteger nem as pessoas, e seus empregos, nem as empresas, e seus negócios.

A ruptura do modelo de indústria tradicional, com suas estruturas hierárquicas e barulhos tradicionais, já aconteceu. Se nossas realidades ainda não foram alteradas, em nossa percepção e rotina, precisamos nos preocupar profundamente.

Artigo escrito pelos consultores da Otimiza: Francis André Soso, Evandro Gargioni, Edson Graiczyk e Junes Monteiro.